quarta-feira, 2 de maio de 2007

O Estereótipo Baiano



Bem, esse é apenas um breve e rasteiro comentário sobre o que eu penso a respeito da imagem difundida da Bahia mundo afora.
Claro que essa é uma opinião minha, sem nenhuma pretensão em ser o dono da verdade.

Pensando-se num âmbito geral, quando se fala de Bahia as primeiras imagens que vêm à mente são, o carnaval, as belas praias, a suposta hospitalidade do povo e sua alegria constante, enfim, infindáveis conceitos cantados em prosas e versos, forjados em telas de cinema e televisão e disseminados turisticamente ao redor do mundo. Afinal, como atrair turistas sem boa publicidade? Uma imagem negativa de um estado com belezas naturais tão exuberantes não beneficiaria a ninguém. Entretanto, essa idéia foi difundida com demasiada energia que mesmo os baianos passaram a acreditar piamente nesse conceito superficial, ficando completamente alheios às particularidades negativas que os próprios enfrentam no dia a dia, como se na Bahia tudo fosse incomensuravelmente maravilhoso, “onde é verão o ano inteiro e todos são felizes”.
Claro que não dá para negar todas as riquezas naturais e culturais desse estado que foi o ponto de partida para a “descoberta” do Brasil. A história da Bahia é inegavelmente rica, tecida por culturas estrangeiras completamente antagônicas, formando assim uma identidade própria que caracteriza o povo baiano e a própria Bahia. O sincretismo religioso, que funde ritos do candomblé africano com o catolicismo europeu, a capoeira e até mesmo o carnaval, são elementos marcantes dessa cultura. Isso sem falar nos grandes poetas e músicos baianos que se destacam ao redor do globo.
A argumentação é que essas notórias qualidades não podem esconder todos os problemas sociais existentes, a falta de saneamento básico, moradias precárias, violência urbana, desemprego, a saúde e a educação públicas em frangalhos, enfim, todas as dificuldades que a maioria da população sofre diariamente sem nenhum amparo do estado. E todos os problemas citados se restringem praticamente só à capital Salvador, não dá pra listar aqui os percalços que acometem a população de todo o estado. Enquanto isso, as classes mais abastadas, que são cerca de 5% da população, se divertem ao ver um preto, pobre, louco e sem dentes numa tela grande de cinema.
É preciso desmitistificar este conceito de felicidade reinante e prestar-se mais atenção aos visíveis problemas alastrados, não só na capital, Salvador, mas também no restante do colossal estado baiano.

4 comentários:

  1. boa boa...de fato a porra desse estado ta xeio dessas merdas q parece q ninguém ver..povo feliz??? Oh! senhor piedade, eles não sabem oq dizem!!!

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  2. "O Haiti é aqui
    O Haiti não é aqui"

    Saravá!

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  3. Cleber, sem dúvida alguma tudo o que você citou é a mais pura verdade, pois temos aquela utopia de que tudo é maravilhoso e belo, mais quando se investiga a fundo vemos os pequenos detalhes que no início passaram despercebido. Não é apenas na Bahia que se tem a ilusão de que tudo sejam flores mais em outros lugares também. As autoridades e até mesmo a mídia nos transmitem a mensagem de que, aquele é o lugar dos sonhos, aonde tudo é possível e que não existe pobreza,tristeza e o ano inteiro é festa,CARNAVAl......
    Brasileiro adoraaaa esquecer e tem o prazer de não ver a realidade, e se vc não faz parte desse bolo tem algo de errado com vc rsrsrs....Bjão Cleber, adoro vc e sem querer dar uma de amiga coruja.....Esse blog tá o bicho,adorei ler cada pedacinho que você escreveu. Sabe quando você lê e sente vontade de mais, pois foi assim que eu fiquei. Um super bju,da sua amiga Helen Maria

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  4. Por que Nei rosario tá nervosinho? Vá namorar, criatura.

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