sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Big Bobagem... (esse trocadilho foi horrível, eu sei...)


E quando você pensa finalmente estar livre de certas coisas, eis que ressurge a famigerada febre Big Brother, que chega a sua oitava edição. É certamente desnecessário dizer aqui quais são os moldes do programa da Rede Globo, afinal todas as classes do país, de A à Z, estão familiarizadas e envolvidas com a atração global.
Sempre que a emissora carioca anuncia uma nova edição do programa, os interessados em fazer parte do show se ouriçam, mandam cartas (alguém ainda usa os serviços dos correios?), e-mails, gravam e enviam vídeos – alguns tão patéticos, que são até exibidos na seção besteirol do programa dominical da Globo, o Fantástico – enfim, fazem de tudo para estar entre os escolhidos para adentrar as luxuosas dependências da prisão voluntária do PROJAC.
Os prêmios distribuídos aos participantes, como automóveis, e é claro o principal, uma módica quantia de um milhão de reais, obviamente são os principais atrativos aos que se aventuram no jogo. Entretanto, o que parece motivar ainda mais, é a exposição e o reconhecimento imediato que um meio de comunicação como a televisão traz. Ao entrar na casa, imediatamente adquire-se notoriedade e fama, pessoas outrora desconhecidas, tornam-se celebridades instantaneamente.
Atraídos pela chance de ficarem famosos, não hesitam em abrir mão da privacidade e de sua liberdade, para virar o centro das atenções de um país inteiro, alimentar sua vaidade e inflar ainda mais seus egos. E as vantagens não param por aí, as geralmente desinibidas e curvilíneas moçoilas, que também ajudam a alavancar a audiência, apelando para a testosterona dos telespectadores masculinos, após sairem da casa, podem faturar uma grana extra, posando para revistas masculinas. Exposição pouca é bobagem.
Porém, mais incompreensível (pelo menos para este que vos fala.) que o desejo de se expor dos participantes do programa, é o voyeurismo dos telespectadores, principal trunfo da atração, que obtém autos índices de audiência e rende milhões em contratos publicitários para a emissora, o que no final, compensam e muito, os gastos com a produção.
Pegando carona no sucesso do BBB e aproveitando o entusiasmo da audiência, os populares programas de “variedades” de outras emissoras, ocupam quase todo seu tempo exibindo “matérias” a respeito dos acontecimentos da casa. E foi assim que surgiu a mais nova profissão da televisão brasileira: o comentarista de Big Brother. Esses dedicadíssimos profissionais devotam árduas e longas horas de trabalho sentados em suas poltronas, vendo a atração global nos canais por assinatura, que a exibem 24 horas por dia(!), para que possam entender as táticas dos participantes e tentar deduzir o que acontecerá nos dias subseqüentes. Um trabalho realmente notável.
Pois é, o Big Brother Brasil virou modalidade esportiva, com direito a transmissão ao vivo e programas de mesa redonda, com comentarista e tudo. Fontes afirmam até que alguns entusiastas do esporte, já entraram com recurso no COI (Comitê Olímpico Internacional), para que seja incluído já nas Olimpíadas de Londres em 2012. Certamente o Brasil seria fortíssimo candidato a medalha de ouro na modalidade futilidade olímpica.
Tudo bem que a televisão seja feita também de entretenimento, mas o Big Brother é lixo televisivo da pior qualidade – se bem que lixo ainda dá pra reciclar... – e já saturou faz tempo. E pensar que a idéia do programa surgiu baseada na obra-prima do escritor britânico George Orwell, o livro “1984”. Pois é, pobre Mr. Orwell, deve estar se revirando no túmulo.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

I Still Haven´t Found What I'm Looking For

Eu já escalei as montanhas mais altas
Eu já corri através dos campos
Só para estar com você
Só para estar com você

Eu corri, eu rastejei
Eu escalei os muros da cidade
Estes muros da cidade
Só para estar com você

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu beijei labios de Mel
Eu senti a cura na ponta dos dedos dela
Queimou como fogo
Esse desejo ardente

Eu falei com a língua dos anjos
Eu segurei a mão do demonio
Estava quente à noite
Eu estava frio como uma pedra...

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu acredito na vinda do Reino
Então todas as cores
Irão sangrar em apenas uma
Mas sim, eu ainda estou correndo

Você quebrou as ligações, você afrouxou as correntes
Você carregou a cruz
E a minha vergonha
E a minha vergonha
Você sabe que eu acredito nisso

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando...


De Bono Vox e U2 - Álbum "The Joshua Tree" - 1987

"Estarei de volta em breve..."

Cleber.