A BRISA DE INVERNO sopra uivante durante o dia.
Acalma meus pensamentos.
Traz um pouco da SERENIDADE que perdi em algum lugar.
Quem disse que temos de PREENCHER O TEMPO?
Quem disse que a VIDA precisa correr?
A contemplação é inútil.
Ainda me vejo CAIR EM DESGRAÇA, de joelhos.
Um dia longo e a AGONIANTE companhia de uma dor-de-cabeça.
Divagações, sono, insônia.
Minhas pálpebras arranham a superfície de MEUS OLHOS.
A ESPERA, a estrada longa, o bairro distante.
O tempo. O MEU TEMPO PARECE TÃO VAZIO.
Tão curto para ARREPENDIMENTOS.
Não espero mais aquela PRESENÇA TÃO DESEJADA.
NEM A ACEITAÇÃO. Abro a porta e o SILÊNCIO me conforta.
A NOITE e suas trevas trazem o vazio que alimenta MINHA MENTE.
A água fria me acorda deste SONHO RUIM. A realidade.
NÃO HÁ O QUE DIZER, nem a QUEM dizer.
O olhar se fixa em um ponto e ali PERMANEÇO IMPASSÍVEL.
Um profundo mergulho na MELANCOLIA.
E a cada momento aqui EU MORRO um pouco mais.
Acomodo-me na poltrona.
A VODKA desce rasgando a MINHA GARGANTA.
Apago a LUZ e acendo um CIGARRO.
Tenho um vislumbre de FUTURO. DE MEU FIM.
É exatamente como AGORA. É assim que acaba. A SOLIDÃO.
É tudo o que eu conheço... Estou velho. JÁ NÃO ME IMPORTO MAIS...