E numa noite quente de outono, onde as coisas aconteciam, sonhos se faziam e derretiam, eu me lembrava de uma época remota. Minha mente viajava pelos caminhos obscuros do passado e eu percebia a cada segundo minha sina, como me sentia em relação ao que estava por vir, ou o que não estava. Lembrei de alguns de meus heróis, como me moldaram durante anos, como era confortável descobrí-los tão semelhantes a mim. Caminhava nessa noite quente de um sábado de outono, perto do domingo, segundo o relógio, depois de uma decepção (mais uma) que me fez perceber muitas coisas, coisas estas das quais não gostei, e percebi que o dia seguinte marcava os quinze anos da partida de Kurt Cobain, cinco de abril. Como seria minha infância se não fosse minha identificação com ele, me pergunto, provavelmente teria sido mais tranquila, mas não mudaria nada se pudesse voltar. Enfim, esse é um dia triste para mim, e gostaria de ter escrito algo mais profundo sobre ele, mas minha inspiração não anda suficientemente favorável para fazer jus à figura tão lendária, só posso dizer que sua presença faz falta, que sua atitude era impar, que sua vida foi curta e intensa e que sua passagem pela terra significou muito para muitos e que embora ele tenha partido, sua música permanece... descanse em paz, meu herói...